Helio
textos, idéias, sonhos, revolta, contestação, non sense, rancor, amor, teses, antíteses, conceitos, ideologias e acima de tudo poesias...
sexta-feira, dezembro 29, 2006
POESIA NA VARANDA NO CINEMA CITRICO E NO SESC DE SJM
Helio
THIAGO MATTOS I
Para ele, a mascara funcionava como uma espécie de negação. A negação do conceito de imagem e do rótulo conseqüentemente oposto. Mais que isso: a negação da própria imagem. E ele pensava: a primeira impressão é a que fica, mas é a segunda que pode mudar.
Seu rosto, poucos conheciam – morava sozinho. Não saia de casa sem a mascara. Vestia-se como todos mas... Com uma máscara! Ora uma, ora outra. Tinha várias em casa, das mais carnavalescas às mais sérias, por assim dizer. Era conhecido como “o mascarado” e, freqüentemente, incomodava as pessoas com as mascaras que usava. Andava nas ruas, ia a lugares públicos, saia a noite e sempre de mascara. Imagine só quando entrava no banco... Sempre pairava no ar uma sensação de desconforto por parte das outras pessoas.
Um dia resolveu matricular-se num curso e assistir às aulas sem tirar a mascara, é claro! Os que sentavam mais próximos, assim como a sala inteira, não sabia como se comportar. Suas expressões iam de espantados para embaraçados num piscar de olhos. Quando ele fazia uma pergunta então... Aí, até o professor mostrava-se apreensivo e o clima ficava notadamente estranho.
Quando pediam para tirar a máscara ou explicar o motivo que levava a andar naqueles trejeitos, ele dizia que a máscara que seu interlocutor usava era bem pior que a dele. O que há de errado com seu rosto? Perguntava outro, ao que rebatia rapidamente: e o que há de errado com o seu? – e continuava – você não pode muda-lo, não é? Está condenado com este e com o juízo que fazem dele para sempre.
As poucas conversas que eram provocadas por curiosos logo se davam por encerradas. As poucas pessoas que ousavam falar com aquela figura cujo rosto não podiam saber qual era sempre ouviam frases emblemáticas. Ele, o homem que usava mascaras, continuava a dizer: você é o que aparenta, não é? Então, feliz de mim que não sou.
Como de costume, sempre saia de casa com uma máscara diferente de quando chegava. Foi ao curso e, assim que chegou, o diretor quis lhe falar. Pois não – disse ele ao diretor. Pediu que tirasse sua mascara naquele dia em diante se quisesse assistir as aulas. Diga-me diretor, qual é o problema com a minha máscara? O problema – respondeu o diretor – é que isso aqui não é um circo meu rapaz! Engano seu, diretor: isso aqui é um circo e eu vou-me embora, pois sou o único daqui que não sou palhaço.
Thiago Mattos
quarta-feira, dezembro 20, 2006
JOÃO CARLOS I
As marginais do rio estavam pacificamente serenas. O Sol em raios esplendidos que levavam ao Céu o brilho do dia. O dia que o heróico povo gritará por autonomia mundi.
Ação que deixou seus próprios peitos como alvo para a assassina e repressora morte. Pediam salvação e aplausos a uma pátria que haviam de aceitar como sua própria Mãe amada. Tudo era objetivo disfarçado de sonho. Uma esperança de liberdade que trazia a sensação de uma ilustre aprovação.
A natureza manteve-se vasta, até mesmo quando de forma grotesca exploraram nosa maior riqueza natural para transformar em produtos comerciais e artificiais.
Massacres pararam...
Massacres que ainda insistem em nos ter como vitimas. Nada disso consegue ofuscar o brilho do nosso lar.
Ó Brasil ! terra sacana do carnaval, talento infinito do nosso futebol rasteiro. Turismo de até antes às belas praias, entre outras muitas colonizadas e saqueadas, Pátria Amada Brasil !
Seus filhos poderosos e muitos leigos apenas assistem.
Vivemos em uma terra penhorada e condenada a imensa indignação. Somos vitimas da bomba do analfabetismo. Engravatados mercenários fizeram com que atualmente o Brasil seja um substantivo derivado de CASA DA MÃE JOANA.
Idolatrada.
Salve, salve.
Salve Chico Mendes que morreu por nossas matas e bosques que cada dia possuem menos vida.
Ilha de Vera Cruz, que o o que mais existia eram Índios, ouro e pau. Hoje pós-quinhetos anos de indefinições, faço votos:
Que a justiça não volte a ser uma clava primitiva, mas torne-se justa a favor dos inocentes, que nossos verdadeiros heróis não venham mais sofrer homenagens como: enforcamento, tortura, exílio e outros atos de total ingratidão. Que a Republica seja Mãe da Liberdade e Democracia, que os que governam venham ter inspirações vitoriosas como um dia tiveram muitos ilustres brasileiros. Brasileiros de virtudes que existiam e outros que ainda existem, mas que infelizmente são ocultados por si próprios, por valorizarem ma ali do que aqui.
Aqui! Aqui é Brasil. Brasil é aqui.
Aqui, planta terra, uma bandeira de muitos donos, muitas raças, Nação Humana, Nação Brasil.
Ame-o ou Deixe-o
João Carlos Ribeiro
terça-feira, dezembro 19, 2006
Gostaria de citar a mensagem que foi colocada na capa, para reflexão de todos.
“TODO UM POVO PODE SER CRIADOR, E ESTE SERIA O SENTIDO TOTAL DE UMA REVOLUÇÃO PELA QUAL MINHA AÇÃO SE ARRISCARIA ATÉ A MORTE”
Glauber Rocha
Clique aqui para conhecer mais sobre este pensador brasileiro.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Fechando Com chave de ouro 2006
5ª EDIÇÃO POESIA NA VARANDA
Acho que não conseguiria traduzir em termos lingüísticos a felicidade pelo sucesso do ultimo POESIA NA VARANDA acho que se algum dia, você leitor e eu tivermos a oportunidade de dividir uma cerveja em algum barzinho desses da vida, talvez você possa perceber isso quando eu falar sobre o ocorrido. O ultimo evento deste ano não poderia ser mais aconchegante, reunimos contra tudo e contra todas pessoas empolgadas em viverem o lúdico poético, nem que fosse por alguns minutos citando seus textos e textos de pessoas que admiram, contamos com pessoas queridas como os já cativos Professor Renato Aranha e Amanda, Valdemir (grande personalidade cultural da Baixada) participações importantes como Ivone (do Grupo DESMAIO PUBLIKO), Dida Nascimento (musico dos já extintos KMD5 e Negril), Kelly (representando o fã-clube da legião urbana) Rodrigo “Bizoro” e Ricardo Esch (grupo Saint Spirit e Hipgnosys - pink floyd cover) fazendo uma participação musical pra lá de especial, claro dentre os outros nomes presente é que ao longo das edições anteriores tem prestigiado o encontro cultural POESIA NA VARANDA, nomes como: Josy (inspiração), Kekeite (tá faltando seus textos hein ?..rsrs), Luciana, Angélica, José Carlos, Cláudio “Saúva” e Gisele (agora é pra ficar), Paula Francisca e Margarida, Marcelo Henrique e Aparecida, Leandro Zender, Marcelo Sampa, Alex Ramos, Anjinho, Cezar Raí, Roger Hitz (que gentilmente cede sua varanda para que o evento aconteça), Brian, André, Silvinho, Cleide e a muitos outros que não lembro agora.
Abaixo segue as fotos e vídeos do evento.
Ano que vem tem muito mais.
Viva a arte!
SYLVIO NETO COM ALGUMAS PALAVRAS
ALINE DORIA TOQUE DE SORTE
JARDIM DE CLITÓRIS - IVONE DESMAIO PÚBLIKO
FRAGMENTO DEMÚSICA POR MARGARIDA
DEPOIMENTO BIZORO (SAINT SPIRIT E BANDA HIPNOSYS - PINK FLOYD COVER) SOBRE O POESIA NA VARANDA E A CULTURA NA BAIXADA
Fotos (Ordem Abaixo)
Cadero De Claúdio "Saúva"
Cláudio "Saúva"
Renato Aranha
A"Varanda" (Varanda De Roger Hitz Do Grupo Caô De Raiz)
Dida (Ex-Kmd5 E Negril)
Sylvio Neto
Clemilson (Www.Almabrasileira.Blogspot.Com), Kekeite, Luciana, Angélica (Banda Soul Sônico)
Brian, Elaine Mehiel E Binho
Margarida
Kelly (Fã-Clube Legião Urbana)
Paula Francisca
Valdemir
Sylvio Neto
Ricardo Esch E Rodrigo Bizoro (Banda Saint Spirit E Banda Hipgonys - Pink Floyd Cover)
Ivone - Desmaio Públiko
Aline Doria
Helio Andrade
Josy
Amanda E Cleide
segunda-feira, dezembro 04, 2006
MILLOR FERNANDES
É difícil fazer um jovem acreditar que todas as verdades estabelecidas são, em verdade, mentiras deslavadas, estabelecidas mentiras. Que lhe dizer da estrutura social que não é estrutura nem social, dos homens de bem, apelido de todos os canalhas defensores do sistema de manutenção de privilégios, da liberdade (para cidadãos que trabalham 10 horas por dia, gastam pelo menos 4 pra ir e vir do trabalho e, nos momentos raros de lazer, não tem como pagar o ingresso do campo de futebol. Onde está a liberdade?) da justiça (feita para manter um código de leis imutáveis) e da impostura internacional para domínio de mercados ? por isso ao falar aos jovens é fundamental mentir para não passar por mentiroso.
Millor Fernandes
CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS DESTE MESTRE DA ESCRITA
“Táticas de Meios. 1970. do “Livro Vermelho dos pensamentos de Millor”
Editora Nórdica
domingo, novembro 26, 2006
POESIA NA VARANDA NO SESC
O grupo demonstrou uma ácida performance tenho a tematica citada acima como pano de fundo, navegando com uma trilha sonora tribal o grupo levou a lirica ao público que ovacionou a apresemtação.
abaixo seguem algumas fotos do evento e da apresentação. Desde já gostaria de agradecer a todos que estavam presentes e que deram uma força para que a apresentação fosse um sucesso.
segunda-feira, novembro 20, 2006
MARCELO HENRIQUE II
Ou: Virtual??? Que nada! É o velho preconceito ao vivo e on-line
Tava querendo conversar. E quando vem essa vontade, não me importa se é dia ou noite, meio ou fim-de-semana. O que sei é que quero conversar, trocar informações, palavras amigas, sei lá! Pois bem: numa dessas noites em que eu trabalhava e o cansaço já não me deixava avançar um milímetro sequer em meu projeto, resolvi entrar numa sala por idade (20-29 anos), escolhi um apelido (Henry, de Henrique) e cliquei “entrar na sala”. A sala estava cheia, com 40 pessoas conversando sobre os mais variados assuntos, e eu7 tentando puxar assunto com alguém:
“__Boa noite a todos!” - cumprimentei. Nem sinal de resposta.
“__Talvez eu deva me dirigir a alguém em particular...” – pensei na minha inocência. Escolhi uma pessoa da lista que atendia pelo nome de Loira/RS. Arrisquei:
“Boa noite, Loira! Está curtindo o inverno ai no RS?” – mais uma vez ignorado. Foi então que resolvi mudar de estratégia, ou melhor, de apelido. Precisava de algo sugestivo, Stan Lee me perdoe, mas após muito relutar, resolvi adotar o apelido de Professor X. Entrei na sala novamente e... Bingo! Não precisei falar (ou digitar) nada, e a loira?RS dirigiu-me a palavra:
“__Boa noite, professor. Vem sempre a esta sala?”
Logo apareceu também uma tal de Storm se dizendo fã do Professor X e querendo o meu e-mail para estender a conversa além da sala de bate-papo. Depois foi a vez de Marcos31/RJ:
“__olá professor! Até que enfim entrou uma pessoa de intelecto privilegiado nesta sala!”
Respondi a todos da melhor maneira possível, surpreso com o que uma troca de apelido podia fazer. Afinal era eu a mesma pessoa que tinha sido solenemente ignorada havia poucos minutos.
Mais uma mensagem, desta vez no reservado (ou seja, somente eu e o meu interlocutor víamos a mensagem):
“__Olá, querido mestre! Que tal umas aulas particulares? Prometo ser boazinha e fazer tudo o que o senhor mandar, ta?”.
Perplexo com o entusiasmo dos meus novos amigos, meio embaraçado com o conteúdo das mensagens que chegavam e cansado de ser tratado como celebridade, resolvi dizer a todos:
“__Eu sou Henry, lembram de mim? E Professor X é só um apelido, não sou professor de verdade.” E tudo voltou ao normal, ou seja, voltei a ser ignorado na sala de bate-papo.
Este episodio me fez rir muito e pensar sobre o preconceito que muitas vezes impera no meio digital, na chamada comunidade cibernética. Em grande parte são pessoas que te julgam pelo apelido que vc escolhe, e nem sequer lhe dão chance de expor as suas idéias e quem sabe iniciar uma bela amizade. Mas isto não é culpa da tecnologia, pois o pré-julgamento acontece em todos os lugares, não só nos bate-papos da internet. Agora pense: quantos Henry´s você já desprezou no seu dia-a-dia, sem saber que estava falando com o Professor X?
Marcelo Henrique