domingo, junho 15, 2008

ARTE BARBARA - IMPRESSÕES ANTROPOLÓGICAS

ARTE BÁRBARA

Depois da queda do império romano, mongóis, vândalos, alanos, francos, germânicos e suecos, entre outros povos conhecidos genericamente como bárbaros, avançaram definitivamente sobre a Europa. Estava em curso o século V. Esses grupos, essencialmente nômades, não demoraram a
assimilar a cultura e a religião (cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo em que lhes transmitiam seus próprios traços culturais, o que deu origem a uma arte completamente diferente, que assentaria as bases para a arte européia dos séculos VIII e IX.
O fato de não possuírem um hábitat fixo influenciou grandemente os costumes e expressões artísticas dos bárbaros. Era notável sua destreza naquelas disciplinas que permitiam a fabricação de objetos facilmente transportáveis, fossem eles de luxo ou utilitários. Assim, não é de admirar
que tenham sobressaído na ourivesaria, na fundição e moldagem de metais, tanto para a fabricação de armas quanto de jóias, e nas técnicas de decoração correspondentes, como a tauxia ou damasquinagem, a esmaltação, a entalhadura e a filigrana.
Todos esses povos tiveram uma origem comum na civilização celta, que desde o século V a.C. até a dominação romana se estabeleceu na Europa de norte a sul e de leste a oeste. Em suas crônicas, os romanos os descrevem como temíveis guerreiros e hábeis fundidores de metais. Uma vez
dominados, uma boa parte da população foi assimilada pelo império e outra fugiu para o norte. Somente quando o império começou a ruir foi que conseguiram penetrar em suas fronteiras e estabelecer numerosos reinos, dos quais se originaram, em parte, as nacionalidades européias.
A Europa entrou assim num dos períodos históricos mais obscuros, a meio caminho entre a religiosidade, agora em parte aceita, dos primeiros cristãos e a beligerância selvagem dos novos senhores. Mais tarde sofreria também o açoite dos vikings dinamarqueses vindos do norte, em
perpétua luta contra os francos e os eslavos ocidentais. Por seu lado, a Igreja ia ganhando posições com a proliferação de mosteiros exatamente onde os mais temíveis exércitos não conseguiam vencer as batalhas: as ilhas britânicas e o leste da Europa.

domingo, junho 01, 2008

A IMPUREZA DA CONQUISTA


Hoje, 60 anos após sua morte, as cinzas da Grande Alma,

o Mahatma Ghandi, foram jogadas ao mar

“ A bíblia tem quarenta e cinco capítulos

Tratando da preparação do povo judeu

Para a travessia do deserto”

SILAS MALAFAIA EM SEU PROGRAMA DE TV DIÁRIO


“ Proclamar as próprias convicções,

notadamente diante das criaturas que se nos façam adversas,

é coragem da fé, no entanto,

semelhante afirmação de valor não se restringe a isso.”

MÃOS UNIDAS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
PELO ES
PÍRITO DE EMMANUEL


“ As Palavras Me Escondem Sem Cuidado”
MANOEL DE BARROS

Existe na conquista, uma brutalidade sem tamanho. A simples pretensão de ter o outro já indica a intenção de pô-lo a disposição de nossas crenças, verdades e/ou caprichos. Conquistar é por o outro sob o julgo da nossa vontade e esta é a maior de todas as verdades, pois é nossa, aflora vinda de nossas mais profundas entranhas e gera o famigerado desejo – Um pecado herdado do criador.

Existem diversas formas de conquista. A História Universal, nos mostra com detalhes o sangue, as flores, os idílios, as paixões e a solidão das conquistas.

Uma das mais violentas e covardes formas de conquista é a religiosa. Aqui é que se pode encontrar uma força e coragem portentosa na arte de subjugar, pois que desconsiderando a etnia, a cultura, a crença e a paixão do outro, avança sobre este e o ataca com a força dos leões se for preciso impor força física, com a sutileza de Íago se forem necessárias a farsa e a falsidade precisa, com a leveza de Jesus, Gandhi e Madre Thereza de Calcutá se a tática for necessária a inclusão da total força dos sentidos e máxima exploração do subjetivo e ainda, se a força física, a sutileza da falsidade precisa e a leveza da exploração do subjetivo falharem, haverão de convocar a fé advinda da esperança na espera, o sagrado proveniente dos testamentos, a predestinação e o livre arbítrio, força maior de um milagre da imaginação de Santo Agostinho.

A mais linda das conquistas é aquela que se privilegia do amor. Mesmo este sendo um sentimento de poder, é possível que seja puro das intenções e das nervuras criadas pela vontade religiosa. E assim, através da pureza d´alma vai se dando, numa inter relação de trocas, num refluxo intermitente entre o dar e o receber, que confundem a razão, tornando-a subjetiva e apaixonantemente sublime para duas ou mais relações interpessoais.

Na mais linda das conquistas encontramos o ambiente da paixão sublimado no universo do amor com a individualidade preservada. As texturas da paixão e as ações do amor não extinguem, não deturpam, não destroem e não desconsideram as características antropológicas do outro.

É milenar a necessidade de poder. Esta vontade antecede o que se chama de civilização e talvez tenha sido a mola da gestação do que se conhece como Estado. O poder se dá diante do avanço por sobre o outro. Este avanço pode ser político, econômico e social e se relaciona com a religião, com a etnia, com a cultura e com a educação e é na capacidade de se inter relacionar com a diversidade destes micro universos de poder que se dá a conquista. O processo sempre foi laico e assim sendo foi sempre confuso e diluído no que se ousou chamar de amor, pois as religiões sempre estiveram enterradas até o pescoço no esforço de se mostrarem assim – a mais perfeita entrega a uma divindade salvadora que é a pureza do amor – nesse mote e a galope avançaram por sobre o homem e suas fraquezas e foram e são ainda a maior de todas as causas de guerras no mundo inteiro pelo simples corriqueiro fato de serem uma capa, um artifício de poder, desde a sua macrorelação com o Estado até a sua micro relação com o ser humano.

Este texto tem a arrogância da conquista pois dilui-se da intenção de falar do açoite que representa este passo e perde-se na articulação e na estratégia estilística de sua construção pois que se utiliza da mesma forma e formato dos grandes conquistadores. É como Splenger fala, o conquistado absorve a força e táctica do conquistador.

Não me arremesso a ser o certo por este texto, pois que, não me encontro com a certeza absoluta dos “fundamentalistas”, aliás tanto quanto o cantor............, eu tenho medo, quase pânico de quem tem muita certeza.

Este texto segue o poema “ Heresia” que foi enviado a meus amigos do Orkut e a minha lista de e-mail.Houveram muitas críticas. “ Heresia” é só um poema e este é só uma crônica e pode ser sim, que minha ‘ descrença entorte a minha visão da experiência religiosa e que o ato de fé seja sempre por mim retratado como uma manifestação a sr lamentada da grotesca miséria humana”, assim, como Veríssimo fala de Felini, em Banquete Com Os Deuses, mas tal corrupção se dá com o fim da sutileza, da inocência e vem ainda do senso de desamparo, ainda citando e roubando as palavras de Veríssimo, que adquiri com a paixão pela História. Meu texto exorciza minha revolta e nojo e pedir e ou exigir que as imagens, texturas e pensares que crio sejam outros é pedir mais, do que eu quero e posso, dar.