Ao sair da minha batalha diária para defender o pão de cada dia, eu tinha um convite deveras sui generis, assistir a uma apresentação de música clássica em São João de Meriti, baixada fluminense, a mesma baixada onde trabalho e resido, assim como uma pessoa que aprecia uma flor de lótus em seu habitat natural (a lama) fui completamente motivado a prestigiar tal evento, durante minha caminhada ao local do evento fui invadido por diversos ruídos musicais.. como funks diversos e cada um mais insuportável que outro e pagodes mais desafinados e melosos, vendedores de paçocas entoando mantras para suas vendas em pontos de ônibus e imparcial a tudo cheguei ao SESC.
Cheguei meia hora antes e me sentei quase a frente escolhi um bom lugar e esperei, apreciando a movimentação dos músicos, dos coristas e solistas chegando, e me mordendo de inveja (infelizmente é verdade) de não participar de mundo de sensibilidade sonora, o público chegando e se acomodando e as primeiras notas de violino e violoncelo sendo afinadas, enfuando eu tentava regular minha máquina fotográfica para captar a melhor qualidade de imagem possível sem precisar usar flash e não atrapalhar nenhum músico e com um pequeno atraso, pequeno mesmo, sem chance de incomodo eles começaram sob a regência do simpático e super maestro Iracito Cerqueira entoaram clássicos de Handel, Haydn, Gounod, Pachelbel, Mozart, Vivaldi, entre outros, performances inesquecíveis dos solistas Flávio Guimarães que interpretou magistralmente Behold and see (Handel) e Hellen Cerqueira também de um modo fantástico interpretando Largo (Mandel)
Uma noite memorável, rápida, porém memorável, seguem abaixo algumas fotos para que vocês tenham uma idéia do que foi, não postei nenhum vídeo, porque não possuo equipamento profissional o suficiente par que ficasse fiel a emoção e sensibilidade auditiva que presenciei.
Espero que todos possam valorizar as diversas formas de expressão cultural, principalmente as mais escassas como apresentações de música clássica, erudita e similares.
Viva a Cultura
texto e fotos
Helio Andrade